Sephardic Book Art of the 15th century Lisbon, Biblioteca Nacional de Portugal, 25-27 February 2015
Sephardic decorated manuscripts of the 15th century have traditionally received less attention from art historians and codicologists than manuscripts from previous periods. On the one hand, there is the idea that due to the oppression suffered by Sephardic Jews, especially in the second half of the 15th century, their cultural and artistic production was the result of a decline and therefore poorer and uninteresting. On the other hand, researchers are mainly concerned with the analysis of manuscripts that signal the emergence of the decorated Sephardic book during the first half of the 13th century, and with manuscripts where Sephardic narrative art appeared and developed, during the 14th century.Therefore, questions about cultural and artistic interaction have been mainly directed to these two centuries, exploring the idea of “convivencia” and studying the appropriation of Christian and Islamic artistic and iconographic motifs by Sephardic artists and patrons. Yet, there is a growing interest on 15th century manuscripts in recent scholarship. Studies published by researchers such as Katrin Kogman-Appel, David Stern or Andreina Contessa have highlighted the cultural and artistic relevance of these manuscripts, renewing earlier studies.
This conference will focus on the cultural and artistic questions posed by Sephardic codices of the 15th century by gathering scholars who have studied or are studying these manuscripts. Moreover, issues related with the materiality of these manuscripts will also be discussed, including codicological and paleographic approaches, as well as the fate of these manuscripts after the forced conversion or expulsion of Sephardic Jews between 1492 and 1498, among other related topics. Invited speakers include Andreina Contessa, Javier del Barco, Katrin Kogman-Appel, Maria Teresa Ortega Monasterio, Sarit Shalev-Eyni, Shalom Sabar, Sonia Fellous.
Este colóquio internacional é dedicado a debater uma série de questões relacionadas com os códices hebraicos peninsulares (sefarditas) produzidos no século XV. Serão discutidos temas envolvendo a dimensão artística destes manuscritos, bem como temas relacionados com a sua materialidade, nomeadamente em termos codicológicos e paleográficos. De igual modo, será debatido também o destino destes manuscritos após a conversão forçada ou expulsão dos judeus da Ibéria entre 1492 e 1498. Ao longo dos três dias do colóquio serão apresentadas vinte e uma comunicações por vários especialistas, entre os quais se destacam os diversos oradores convidados: Andreina Contessa, Javier del Barco, Katrin Kogman-Appel, Maria Teresa Ortega Monasterio, Sarit Shalev-Eyni, Shalom Sabar e Sonia Fellous. Este colóquio assinala também a inauguração de uma exposição na Biblioteca Nacional de Portugal dedicada ao livro judaico português (dia 26 de Fevereiro), e marca a conclusão do projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia intitulado Iluminura Hebraica em Portugal durante o século XV.
Os manuscritos sefarditas do século XV têm recebido menos atenção por parte dos historiadores de arte e dos codicólogos do que os manuscritos sefarditas dos séculos anteriores. Por um lado, existe a ideia deque, devido à opressão sofrida pelos judeus sefarditas, especialmente na segunda metade do século XV,a sua produção cultural e artística foi realizada num processo de declínio social e económico, donde resultaria uma arte mais pobre e desinteressante. Por outro lado, os investigadores estão principalmente preocupados com a análise de manuscritos que sinalizam o surgimento do livro sefarditailuminado durante a primeira metade do século XIII, ou com manuscritos onde surgiu e se desenvolveu a arte narrativa sefardita, durante o século XIV, especialmente na Catalunha. Deste modo, a maior parte da investigação sobre o livro sefardita, incluindo as questões relativas à interação cultural e artística, têm sido direcionadas, principalmente, para os séculos XIII e XIV. A maior parte desses estudos exploraram a ideia de "convivência" cultural e confessional, além de incidirem sobre a apropriação de motivos artísticos e iconográficos islâmicos e cristãos por parte de artistas e encomendantes sefarditas. No entanto, nos últimos tempos tem-se desenvolvido um interesse crescente pelos manuscritos sefarditas do século XV. Estudos publicados por investigadores como Katrin Kogman-Appel, David Stern ouAndreina Contessa têm destacado a relevância cultural e artística desses manuscritos, renovando estudos anteriores, sendo neste espírito que se enquadra a presente iniciativa.